No último texto, quando falei sobre ficar doente atualmente, comentei de como nossa sociedade está em constante movimento. Para a contemporaneidade, pausar tem se tornado um tabu.
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Durante a quarentena, pudemos ver uma polarização acontecendo entre os que estão produzindo a mil e os que estão tomando seu tempo nas pausas. Não tem existido uma tolerância para meio termo. Os indivíduos têm cada vez mais se culpado de estarem nesse meio termo – considerando somente ou um lado, ou outro.
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A vida acelerada é um fenômeno habitual para os sujeitos contemporâneos. A relação entre a subjetividade e a sociedade é inseparável e, com a característica da modernidade se intensificando cada vez mais em mobilidade e aceleração, podemos ver os efeitos afetando diretamente o ser humano. Você já parou para pensar em como o contexto em que estamos inseridos na sociedade, pode alimentar sua vida acelerada e, por vezes, até ansiosa?
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Frequentemente estamos reclamando de falta de tempo e estresse, tensão, pressão em nossas atividades. Estudos apontam a vida acelerada como consequência de falta de experiência, de uma busca pelo ter, à imagem do ser humano e o fluxo permanente em busca do que é satisfatório. Quando vocês ativam seus novos quereres e fazeres, vocês buscam por outros sentidos? Por uma nova forma de vivenciar o tempo em que está mergulhado?
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É por isso que uma das principais variáveis para desencadear o pânico dentro desse contexto em que estamos vivendo, é não sabermos parar. A quarentena nos põe de frente com a pausa, cara a cara com nossa rotina agitada. Nos apresenta um foco diante de situações que, na correria do cotidiano, passariam desapercebidos. Nos impõe um respirar para olhar o agora, o presente diante de nossos olhos.
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Aproveite para refletir sobre o pensar, o sentir e o agir que estão presentes em sua forma de viver. É um bom momento para repensarmos nossos hábitos!